TRADUTOR

domingo, 19 de agosto de 2012

IRLANDA DO NORTE

O Sinn Fein ajoelha-se perante a Rainha como parte do seu giro a direita
Do Socialist Fight#10 
O JOGADOR E O CANALHA: Demonstrando que
os focos de resistência antiimperialista permanecem
vivos, Ronan O'Gara, jogador de rugby da seleção
irlandesa de rugby se recusa a apertar a mão de Betty
Windsor reivindicando direito da Irlanda a sua
auto-determinação durante a recepção do time como
vencedor do Grand Slam de rugby eM 2009. Abaixo,
Martin McGuinness tem o prazer de apertar a mesma
mão manchada de sangue simbolizando o seu
abandono da luta antiimperialista.
Em junho de 2012, o líder do Sinn Fein, Martin McGuinness, vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte confraternizou-se com a rainha Elizabeth. O simbólico gesto canalha de McGuinness não surpreende os lutadores pela causa nacional irlandesa nem aos trabalhadores daquele país  que sofre há anos os perversos planos de austeridade impostos pelo governo de coalizão composta pelo braço político do IRA a serviço de sua majestade e do imperialismo. Enquanto isto, como parte desta política colonialista, os melhores lutadores republicanos irlandeses, conhecidos como POWs (prisioners of war, prisioneiros de guerra), assim como milhares de outros mártires da luta pela auto-determinação irlandesa contra o imperialismo britânicoamargam uma brutal opressão nos cárceres da coroa inglesa como a Liga Comunista denunciou em http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2011/07/prisioneiros-republicanos-irlandeses.html. Abaixo, reproduzimos um artigo de Charlie Walsh, do conselho editorial do Socialist Fight, membro britânico do Comitê de Ligação pela IV Internacional. Os camaradas do SF, também impulsionam o Grupo de Apoio a Presos Republicano Irlandês (IRPSG ).

Martin McGuinness apertou a mão de Elizabeth Windsor como um típico servo curvando-se diante de uma monarca feudal

Ele é um político pequeno-burguês nacionalista se confraternizou com a comandante em chefe das forças armadas britânicas que em 1991 ajudou a devastar o Iraque e matar centenas de milhares de iraquianos homens, mulheres e crianças. Estima-se que pelo menos cem mil soldados iraquianos morreram no conflito. Após o fim da guerra, a Grã-Bretanha e os EUA impuseram sanções econômicas draconianas sobre o Iraque que levou à morte de 250.000 crianças iraquianas que morreram impedidos sequer de receber medicamentos.

Madeline Albright, Secretária de Estado dos EUA durante a presidência de Clinton que impôs as sanções, disse que as mortes das crianças iraquianas era um preço a ser pago pelo Iraque.

Muitos iraquianos também morreram de câncer no sangue depois de entrar em contato com urânio empobrecido deixado nos campos de batalha do Iraque pela Grã-Bretanha e pelos EUA no final da guerra de 1991.

O urânio empobrecido permanece radioativo por milhares de anos, mas Grã Bretanha e EUA não dão a mínima para isto e para completar o serviço novamente invadiram o Iraque em 2003, matando mais um milhão de iraquianos, enquanto milhares de pessoas ficaram feridas e mutiladas por toda a vida, enquanto outros milhões foram forçados a fugir para o interior do país ou para fora do Iraque por causa da guerra. Hoje, no Iraque, há cinco milhões de órfãos, vítimas da guerra imperialista.

As mesmas forças armadas, juntamente com os EUA, Itália e França mataram milhares de civis na Líbia depois de muitos meses de bombardear o país em 2011. Enquanto a Grã-Bretanha e Estados Unidos têm também são responsáveis pelas mortes de milhares de civis no Afeganistão. Assim, as mãos da Rainha da Inglaterra estão manchadas com o sangue de muitos inocentes.

McGuinness parecia um servo deslumbrado na frente da Sra. Windsor, uma rica representante da classe dominante britânica cuja “família” se beneficiou enormemente ao longo dos séculos da tirania econômica do império britânico, do imperialismo britânico e do colonialismo britânico na Irlanda e em todo o mundo.

A questão é aonde vai o revisionismo do Sinn Fein? Talvez na cama com a Ordem de Orange*. Aceitando o direito do imperialismo britânico a ocupar e reivindicar jurisdição sobre os seis condados do nordeste da Irlanda, juntamente com a sua aceitação do veto real a reunificação da Irlanda, o Sinn Fein está agora mais próximo politicamente do imperialismo, ao unionismo, a Ordem de Orange que dos milhões de trabalhadores católicos e milhares de milhas de distância do socialismo e das verdadeiras aspirações da classe trabalhadora irlandesa ao norte e ao sul da fronteira.

* A Ordem de Orange é uma seita majoritariamente protestante da Irlanda do Norte que é comparada pelos republicanos irlandeses a Ku Klux Klan dos EUA. Defende o unionismo, ou seja, os termos do Act of Union de 1800 o qual confirmou juridicamente a colonização irlandesa em 1801 sob a forma do Reino Unido. O nome de batismo desta seita foi dado em homenagem ao rei inglês William de Orange.